23 julho 2011

Decomposição:

amor nekrós ou queima de arquivo e o ciclo do entra e sai

Muitas, mil, milhões, minhocas por toda parte. Num escurinho úmido mexendo cá, um pouco pra lá, roçando de um lado a outro, brincando de extremidades, boca e ânus em lugares opostos, que quanto mais roça mais viscosa, muco pra cobrir famílias enroladas em tranças danças e risadas.
Execução exagerada de fricção gera erupção. De cima pra baixo vê-se que se abre um buraco; minhocas em mucosa lisa escorrem pra riba em frações de segundos. Todas aglomeradas se querendo umas as outras formam um único corpo molusco sambando bêbado pela superfície. Terreno meio baldio. Meio no meio do mato. Desova daqueles que batem botas.
            Mas no meio do caminho que se acha algo fresco, macio. Deitada ali, bem a vontade, oferta de carinhos, deslizadas coxas uma na outra mostrava a calcinha pequena mal colocada por cima da virilha. Tinha terra embaixo das unhas, tempero de prato feito, água na boca. Marcas vermelhas roxas em pele pelada clara lisa. Generosa bem servida pronta pro deleite, delírio de molusco ativo, alfa viril. A continuar babando foi-se diretamente atrás do cheiro daquele pedaço de carne ali disposto de pernas abertas esperando coito.
            Babava em toda parte que tocava, desde dedão do pé subindo em batata de perna, e cada vez que subia mais um pouco molhada ficava a pele e a baba que escorria do amontoado mole hermafrodita. Olhando pra cavidade inferior não houve trabalho nenhum em enfiar-se pra dentro, mucosidade em potencial pleno, penetração anal. Fricção exagerada generalizada. Um belo passeio intestinal (ouve-se o som do mexer-se dentro, embebido da gosma lubrificante), estendido pra estômago, faringe. Erupção pela boca, orelhas, tantos orifícios...
           
R.G.


Alavancado de Passeio Noturno

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