engenhoca?

A engenhoca do Rube é um coletivo de artistas produzindo. Pessoas ligadas à música, ao teatro e às artes plásticas encontram na literatura um meio comum. O resultado da orgia se deposita aqui.

ENGENHOCA DO RUBE: O MAQUINÁRIO, A LUPA E AS GALÁXIAS

No inicio, era só a pontada no fundo do bucho, querendo a vontade de berro. E o berro? É o ar, que das ventas fuligem soltou-se peso da gangorra ao plugue do ventilador.Parafernalha que procura procurando. Pensar em mar de ondinha penteando cabelo azul?A questão é fazer questão de toda nossa desnecessidade. Artista astutando tutano, envolvemos você - já evolvemos você, visite-se. Engenhoca de mover engenho, ensacar a fumaça, com berros de artifício em pleno ar (logo que lua ensaca andantes da rua, mistura bem pra massa homogênea e estoura). Engenhoca feita de gente e braços tecidos, mas mais! Cruzados, perdidos. Noutra alçada. Nem vi... não ligo. Caminho incerto, ramos em bifurcações marrons, verde musgo, cinza cimento. Rodas gritando vermelho ferrugem, engrenagens com parafusos a menos. Meio inter voz e letra, entre maneiras parelhas, esquisofonia ensurdecedora de cenários contraditórios, tortuosos rumos do desconhecido. O escâmbio transporte de rentes princípios.Berro bem na cara. Que cai, sobe, aciona. Desnecessário.            Propomos, testamos, desfilando as descobertas pernas do urbano e do orgânico. Pois bem (ou mal), a úvula treme (nas máquinas de Rube Goldberg cada peça é um cuspe).Uma peça por vez.Bagulho louco, processo.Uma por vez.Até que o dominó inteiro se acabe ao chão.Incerteza desnexa em fluxo desfluxo. Concreto ferro miscigenado forma forno aquecedor de corpos gelo perdidos, derrete o cérebro que escorre pra goela e vomita, vomita o todo tudo junto, esporra pra cima, fazendo a gerência ativa do mole do miolo sub-aproveitado - justo ele, o caldinho! Dando norte pr'esse tempero molhado.Pavimento, pá-virada, transtorno sem pedido de desculpas. Obstruímos calçadas para que se ocupe a rua (admira a pitada de fagulhas luz caindo sobre tapete alcatrão).Ventam-se as velas ao mar concretado, desrumo, desleixo, desdém cidadão.No entretanto, tudo. Engenhoca muito louca de fazer sentido.




Rube Goldberg, um artista plástico californiano, baseado na reação em cadeia, cria (quando ainda vivo (1883-1970)) máquinas baseadas em dispositivos que executam tarefas completamente banais através de trejeitos completamente complexos. Tentemos nos afastar da valorização do produto final, como sistema permanentemente linear, e nos deixemos atingir pelos fluxo e desfluxo de sistemas complexos e  complementares, ou dialéticos, a qualquer ação que, ainda sim, permeia, fagocita, interage, troca osmoticamente com um objetivo.
Com a ajuda do diretor Humberto Mauro, música homônima cantada pelo Trio Irakitan e interpretação de Mateus Colaço, eis abaixo uma interpretação (obra prima brasileira) de 1964 do que se pode passar por aí:


Sejam bem vindos!
Coletivo engenhoca do Rube