26 dezembro 2014

Sobre teatro e grades

 Todo preso é um especialista em escapar. 

Estamos acostumados a dissimular. Quem vive preso, encolhe no seu jeito a máscara, e está sempre aqui e lá. Nunca confia no que diz, mas de repente aparece presente, e na verdade, já estava, esteve sempre lá.
Quão maior seja a barreira imposta, a castração nos custa o acesso livre à gratuidade. A vida pesa e o cinismo sem fim se apresenta lúcido. Duvido é regra e só quero saber de todos os meios por onde escapar. Isto como método da vida. A arte de se defender de guarda aberta. Jogar o jogo contra si.
E aquele momento do se talvez não, da experiência, do peraí, do nem pensar peraí, do avulso, encontra  como seu obstáculo extremo fazer desertas as reservas, todo o cálculo do ato, aquela permanente premeditação.
Porém, digo aqui de passagem, que essa nossa mesma mente dúbia, a do oprimido, daquele em que cada palavra cala seu verso opressão, em que a distância dita o compasso (estamos perto, sim, é verdade), digo aqui que não é mente, e não é mesmo. Daqueles que vivem presos dizem que são animais, com isso dizendo, é corpo. Um pouco de sábio na boca do porco. É corpo sim. É corpo.
E me digam o caminho pra fazer um coração preso, dentro de um corpo preso, pensar em não ter controle, e no jogo cair vazio, voar escorrendo no chão ou brincar de ser outra pessoa. Pessoa? Como? Se o “você não é ninguém” vem registrado em nossa identidade? Como assim ser outra pessoa?
É o malandro-espelho, me veja e te vejo de volta. Para tudo há troca. Não dou nem recebo impune. E quando vimos já somos simulacros do espetáculo do revide, e mais que tudo, da defesa.

 Sou um cofre forte, afastem. Das possibilidades guardo a maior quantia. Por meu olho mágico elas observam, espevitadas para sair. Com minha boca de cofre sorrio amarelo. Vire de costas! E já não cofre, mas todo pessoa, olho para ti e para tudo sincero.

Nessa malandragem mora uma compreensão aguda do jogo e da própria presença. A boa mentira é meia-verdade. Porém se ausenta a consciência do entrar no jogo, pois esta pressupõe que se estava fora do jogo. Mas se tudo flutua, sempre, onde existe um solo identitário?
A posição do opressor  implica uma identidade. A toga, o cetro, a palavra, cada alegoria, toda distinção. Tornar-se distinto. É uma marca não ser oprimido. Uma marca que não dói lembrar. Ou seja: assim se é.
Mas e quando, esse quando que falo, autoconsciência se confunde com masoquismo? Ser é para quem tem? A identidade do oprimido mora na instabilidade da luta pra deixar de ser o que é. Isto é: no caminho, na viela. Ser é para quem tem, e sobra o sonho de si como gente. Sonho vago, desserviço. Preenche mas preenche com bloqueio. Pois esse vazio de ser é um dom, é um meio. Ao trecho do meio chamamos: espaço de transformação.

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu

01 novembro 2014

O que me disse a tampa de um bueiro

Escutar querendo escutar:

- Foda-se o que você vai argumentar, não tem sentido. Não tem sentido porque sentido é aquilo que se sente.

Abrir a gaiola.
A pomba só é da paz quando voa.
Libertar aliviado o negro urubu da paz.

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu

05 outubro 2014

POEMA IMUNDO


Chumbo que arromba minha bunda
Ele repousa trépido
a cabeça em minha coxa suada

Joelhos de prazer esfolados
sustentam alegres
os corpos cansados

Seu pau pendula sob
a buceta molhada
e aberta

Quem vai tapar o buraco que você abriu
No chão
mofado da sauna vazia

Cai a noite  carnívora
Batucam os corações ouriçados
Resvala sereno, o sêmen

Os braços desatam o tronco
O tronco
despeja-se no imundo chão

PLENO.


                                                                                   M. ERATO



Alavancado de poesia erótica para uma menina que não consegue terminar um poema erótico.

04 outubro 2014

Meu amor

Meu amor é periférico,
escoa ao avistar o ralo.

Engole minhas lágrimas a seco.
Chupa meu ânus para nele se abrigar,
esconder.
Cava uma cova ao receber flor.
Naufraga ao avistar terra.

Meu amor constrói grades para se libertar,
recua quando avanço, cala quando canto.
Cerra os dentes quando alimento.
Extrai com as próprias mãos a arcada que implanto em seu sorriso.


Meu amor, caso chova eu vou sem guarda-chuva.
Prefiro o frescor do temporal elétrico que alaga a casa
ante aos pés semi-úmidos e segregados dos membros secos.

Meu amor, caso faça sol dispenso o protetor.
Prefiro o sol que abraça, em brasa queima e enrubesce
ante a capa líquida e gosmenta que embranquece e blinda o rosto.

Meu amor, caso tenha pedras eu vou descalça.
Prefiro pisar no chão topográfico, pontiagudo e duro, quente e frio,
ante ao isolamento de borracha e cadarços que me cercam os calcanhares.

Meu amor em caso de frio deixe o agasalho sob teu corpo,
Prefiro o frio que craquela os ossos e encolhe o dorso
ante pudor do casaco que encobre minhas ânsias e encuba os mamilhos ouriçados.

Meu amor,
sempre prefiro a queda ao equilíbrio.
O risco ao seguro.
O difícil ao dado.
O tapa ao tome.
A fera e o ferido ao fadado e o fosforizado.

Prefiro o impulso ao percurso.
O volátil ao concreto

Sou feita de sonhos e entregas ao risco do
meu amor.


M. ERATO

Alavancado de Sonso ser.





Vestígios do Vício


Minha casa ainda cheira
suas cinzas abraçam cortinas, talheres, travesseiros e fronhas.
O antiquário dos tocos seus,
bitucas, bitocas,
conserva chamuscado o bafo úmido do seu bigode.
Cravadas na pele rugosa, nossas letras sobreviveram,
L & M, ao que um dia ardeu.

A boca transversal e aberta a tragar-me.
Traga-me você.
Estrago eu você.
Bocal a engolir e mastigar.

Seus olhos são operas mudas desajustadas,
lanças a perfurar meu rosto movediço.

Quaisquer pés a montar meus calcanhares,
estampam vertigens nas colchas e coxas.

Penetram-me todos:
boca, olhos, pés e homem.

Sufocada respiração: com pulsátil movimento.
Já sei de cor o som dos seus pulmões viciados,
o grunhido seco do seu prazer contido,
o peso safado das suas mãos na minha cintura.
Tenho 22 anos, unhas roídas, 4 irmãos, um estômago de pedra e
nenhum amor correspondido.

Chupo o caroço da manga sem tirar os fiapos dos dentes
mergulho ao fundo do poço para beber a última gota de néctar.

Conheço o ofício da ferida de adeus.
É preciso expelir todo pus e sangue
sem band aid nem Merthiolate.
Expelir até secar.
Eliminar é impossível, cicatrizar.

Vê o amor do alto da colina.
Enxerga ovelhas onde é pasto.
Com dentes e dedos ordenha a terra.
Esfarela.

Esfumaçada ausência,
solitário vicio meu ao aspirar os vestígios do seu.




Agosto 2014
M. ERATO



Alanvacado de Poema Conto.





VEM


Vem retalhar meus poemas
Embebedar minhas certezas
Vem enroscar meus cabelos nos seus pentelhos

Vem atazanar meu caminho
Partir meus membros
Obstruir meus poros

Vem deflorar meus floridos vestidos
Moer, torrar e coar meus beijos
Cuspir meus buracos

Vem bombardear meus órgãos
Banhar meus rios rasgados
Vem escorregar seus dedos longos e quentes nos meus seios nulos

Vem
Vibratório
Profano
Perene a perfurar

Vem conjugar nossos orgasmos
orvalhar fogo deleitoso no broto do umbigo

Vem cheio
Vai desaguado
Vem inteiro
Vai multilado
Vem órfão
Vai incorporado
Vem com mãos abanando
Vai carregando tudo de mim.


E no vai-vai dos pés no elevador,
fica o prazer do vai e vem de uma presença.





 M. ERATO


Frestas

Frestas


o ramo de cachos desfaz-se ao som locomotor
fio-a-fio
mergulham no chão quente
os pés descalços

as madeixas do seu DNA encobrem as frestas da cerâmica
a lâmina cerra a trama acariciada

revestido de seus pelos, cabelos e velos,
o chão:
tapete tecido de podas e pontas

carpindo o solo das suas memórias,
ele semeia as espirais do seu couro duro

homem encoberto por fios e fios a definhar na cabeça,
desfolha-se
desvela-se nos olhos sob o espelho

pelo espelho tento sustentar o olhar do menino que despe a cabeça
em minhas mãos estão o reflexo desnudo
os fiapos do homem esparramado
o encontro sorrateiro

eu, ele e o silêncio tosados
libertos
enfrestados.






M. ERATO 




Alavancado de  Samba e Lua Cheia







14 setembro 2014

Rego Freitas 325, quarto andar

Desandar o quarto sujo.
Desatar o ziper frouxo.
Demarcar o falo público.
Depravar a renda branca.
Destratar a moça fácil.

Barba que arranha a face,
tapa que o peito depena,
vagina que unge pés e pau,
nariz penetrando ouvido,
comungam odor e pentelhos.

Minha boca no seu saco,
seu pinto na minha pia
pinga porra 
na escova, os meus dentes
são polidos com seu esperma.

Seus dedos no meu cu cavam
a cova efêmera do caralho,
aterrado nas terrenas ancas
incorre em unguentos labirintos,
prescruta o som dos meus lamurios.

Sórdido lençol manchado embrulha frio
os corpos dispersos em cantos.
Im my eyes, ursos surrados, doces mentiras
beliscam o bicos de peito.
Sua pele é furada e esvazia.

O cuspe seco ainda escorre as coxas 
cansadas nádegas repousam satisfeitas,
 meu ombro ainda carrega sua mordida.
As unhas fincadas na barriga entranharam-se
na castidade do meu útero.

Em cravou.


M.ERATO


Alavancado de Funk do Bidê.

11 setembro 2014

Samba e lua cheia

Todo poema começa com um guspe
e depois disso, no outro dia
a primavera pra onde caminha?

Pra onde andaram os patos do lago?
Para onde foram os pensamentos?
As auréolas da lua?

Psiquê, posição das estrelas, tive razão
Razão Alguma
Todo poema começa com uma incerteza

Assim existir vira algo lindo
Sem sentido, extirpado de razão
O gozo a qualquer custo

E não vá gozar com respeito!
70% das mulheres não gozam
você sabe o que é isso?

Um corpo sem reação
sobre uma cama que não dorme
quem dará o próximo beijo ?

Não..o que é isso ?
Estávamos falando do zodíaco, das tulipas
daquilo que se esconde

O segredo mais incrível do mundo
eu quero algo
mas o  jogo impede que eu revele algo sobre isso

Nada se revela então, o estudo é negação
estou negando porque ainda posso
ainda resisto

Sou o último dos amantes
Sou o último dos amores
Sou o último


Jogo da mesa

02 setembro 2014

Funk do Bidê

Eu e o chuveirinho
brincando no bidê
trocamos uns carinhos 
pensando em você      2x

Meleca na cerâmica
a nuca arrepiada
gozei prendendo o grito
pro papai não ouvir nada!

Com a ponta da minha unha
eu beliscava o escondido
descobri que o cu sua
e deixa meu esmalte lindo!

Eu e o chuveirinho
brincando no bidê
trocamos uns carinhos 
pensando em você      2x

O bico do xampu
também é meu brinquedo
parece o seu pirú
lambendo a testa do morcego!

Vou tomar meu banho
mas não tô satisfeita
com a Colgate eu me assanho
e mentolo a buceta!

Eu e o chuveirinho
brincando no bidê
trocamos uns carinhos 
pensando em você      2x

Não posso demorar
que a água tá em falta
vou ter que me virar 
com a piriquita congelada!

Sou muito apaixonada
preciso de amor
só fico tão safada
deste lado do Equador!

Eu e o chuveirinho
brincando no bidê
trocamos uns carinhos 
pensando em você      2x

A sua língua é um doce
que derrete atrás de mim,
quantas línguas você trouxe
pra adoçar o meu jardim?

Aperta meu bumbum
segura o meu cabelo
faz um ziriguidum 
com o dedo no meu grelo.

Eu e o chuveirinho
brincando no bidê
trocamos uns carinhos 
pensando em você      2x

Amassa minha cintura
que chega até machuca
murmura uma lamúria 
e teu pinto me futuca

Com a cabeça dura
por dentro tu me chuta
essa massagem crua
deixa eu meio biruta

No quarto ou no banheiro
acompanhada ou solitária
sou mulher feita de cheiro
dona de um sangue vermelho
mulher virada no Jiraya!

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu








01 setembro 2014

As duas faces da poesia erótica.

Bom dia classe, por favor escrevam o cabeçalho.

São Paulo, 01 de setembro de 2014.

Hoje vamos falar sobre poesia, as rimas vocês já conheceram na aula passada, por isso como com certeza vocês só pensam em putaria, sexo e sacanagem, quando eu disse cabeçalho é obvio que todos pensaram em caralho, alguns com mais imaginação podem, a partir da similaridade dos sons, ter pensado em cabaço também, entre várias outras palavras de baixo calão que se parecem com essa simples palavra: cabeçalho… 

A poesia é isso: é essa incitação, essa coisa das palavras virem traduzindo nossos profundos sentimentos até emergirem e serem gozadas por nós em cima de folha de papel. Acabei de fazer uma metáfora. Se eu disser não faça metafora, meta dentro, estou trabalhando antítese… A língua é uma coisa maravilhosa! Você lambe minha buceta e ela goza. Agora trabalhamos a ambiguidade, o o duplo sentido da palavra língua… que pode ser nosso idioma, nossa linguagem ou esse orgão delicioso que a ciência ainda não definiu se tem função no sexual ou na alimentação e a relação real entre essas duas funções, se estão juntas ou separadas etc.

Enfim, vamos para o tema da aula de hoje, as duas faces da poesia erótica: Poesia chanchada e poesia trepada. Poesia chanchada é aquela coisa bonitinha, que não suja muito, não fede, curvas maravilhosas, sem peidos vaginais etc… Poesia trepada é cheiro de cu, chupar dedo do pé, meleca na cama e tudo mais. Se eu escrevo: 

 Os seios apontam para mim
 o culpado
 enquanto aperto seu corpo deitado.

Sua vagina rosa
dança na minha mão
o som da minha e da sua respiração.

Um exemplo idiota, inventei agora. Isso é poesia chanchada, seios pontudinhos, vagina rosa, o medo, a culpa, eufemismos… "dança" poderia ser substituído por esfrega, ou roça, então estaríamos mais próximos da poesia trepada.

O que? Um exemplo de poesia trepada? Sim claro… Você está certo, seria algo mais escatológico, claro… Vamos ver o que posso inventar agora...

Minha bola molhada de baba
bate,
no seu rabo suado

Enquanto entra e sai
minha pica
do país das maravilhas.

Também não foi muito bom, mas há alguma diferença entre esses dois poemas, vocês percebem? Essa é a diferença entre trepada e chanchada.

Lição de casa: Que quero que você tragam exemplos de poesia trepada e poesia chanchada, podem ser poemas autorais ou de autores consagrados.

 Obrigada turma, podem ir pra casa se masturbar. Por hoje é só.


Vocês já sabem quem! 


26 agosto 2014

O seu nome não é Sandra.

- O seu nome não é Sandra.

Me disse o pássaro azul sobre uma pedra.
atrás de mim existe uma árvore gigantesca, seus ramos leves e compridos quase tocam o chão e isso lhe da um aspecto de choro silencioso. Há o brilho intenso de uma clareira no centro de uma árvore milenar, paz.

- O seu nome verdadeiro é Maria.

A árvore rachada ao meio, dela pulsam copos de leite e crescem lírios em poucos segundos. Uma música vinda da garganta de um homem faz a seiva borbulhar, tudo cresce mais rápido. 

- O seu nome verdadeiro é Maria.
Repetiu o pássaro azul, seriamente.

Estou de frente para a arvore chorona. Deste ângulo posso ver de longe a mesma pedra mas o pássaro já não existe. Um soldado saí detrás da árvore e caminha em minha direção. Ele precisa me contar uma coisa. Ele esta atormentado e manipula uma arma. Ele atira.

Coloco as mãos sobre a terra e a terra suga minhas mãos para dentro. A terra vai engolir não só a mim, mas a tudo. A terra vai pausar a frequência da vida, a música que brota da garganta do homem. A terra quer mais uma vez silêncio.




(descrição de um sonho)

alavancado de Exagerado

21 agosto 2014

Exagerado


meu coração 

existe demais

e insiste

ainda mais 

do que existe

em sonhar

com o que jamais

existirá

Tico-tico


19 agosto 2014

Estrebujante ou Existe Algo em Meu Coração


Existe algo em meu coração de que não gosto
Algo que eu prefiro não mostrar
Um vazio a ser preenchido mas que um dia foi cheio

Volta e meia uma quentura se projeta
Para dentro desse espaço que um dia já foi ocupado
E entremeado por sensações alegres e
Estrebujantes;
Talvez seja o álcool ou um amor perdido
Mas o vazio sempre se perfaz
Por sobre qualquer coisa que tenta destrona-lo

Existe algo em meu coração de que não gosto
Algo que não consigo decifrar
Uma luta mal-dita que parte meu coração ao meio

Essas metades se chocam entre si
Deixando mais e mais fragmentos espalhados
Dos quais às vezes me desfaço e
Sigo adiante,
Despejando alguns pelos cantos esquecidos
De um bar ou em uma sarjeta qualquer
Ali onde o rato constrói sua casa e se vai

Existe algo em meu coração de que não gosto
Algo que eu não quero lembrar
Um tango desgraçado que me pune sem freio


                                                                                                            Zé Daniel
Alavancado de "Olé!"

16 agosto 2014

poesia erótica para uma menina que não consegue terminar um poema erótico.

essa conversa
poderia ser minha língua
entre as suas pernas

só pra te dar inspiração…. não
pra te dar tesão também.
não só a você, 

a mim e ao mundo que acordaria mais contente
com um casal tão bonito
e tão quente como a gente

essa conversa poderia ser as minhas mãos
apertando forte a sua cintura fina
e os meus dentes sorrindo muito perto dos seus dentes
que sorriem como só as meninas podem sorrir

como a orquestra sinfônica
dos dentes brancos de sorrisos de meninas
com cílios frondosos e covinhas

atravessando o espaço do universo
de maneira avassaladora

essa conversa poderia ser
a pele da sua barriga na pele da minha
minhas coxas perto da sua vagina
poderia

ser mais que te comer só com os olhos
mais que te ver e sofrer por pensar e não dizer

poderia ser delicada, ser beijada, horas, dias
poderia antes de tudo
qualquer coisa
e mais nada, de manhã
ser outra poesia.


Tico-tico

06 agosto 2014

Na mão


Você tocou o vestido de prata?
Amo muito sua forma rosada
arredondada
nesse  seu vestido florido
e colorido de  azul, amarelo e verde

Tocou a seda?
Hoje a terra estava úmida,
escura, e eu pensei em você,
Em apertar sua pele como um punhado de areia na mão

Sentiu na barriga a pele da barriga?
Farinha no prato
Um rato cruza a sala
Veio do mato
De perto da vala
Eu o mato, e deixo o corpo pra limpar depois da janta

Deixou marca roxa?
Pode ser que fui eu
Pode ser que não
Tem tanta coisa que a gente faz,
Pode ser

Desenhou o rosto?
Ela já tinha jantado
Me fez macarrão com alho
Me ensinou algumas coisas
Com muito carinho e pouca paciência


Olhou duas vezes para trás antes de ir embora?

As vezes tomar decisões simples
É mais difícil do que parece
De repente observo outros animais comendo o rato
Quanto tempo ele pode ficar ali,
sendo eu um ser humano normal e saudável?
Tem saudade?

Quando eu fui jogar o corpo fora
Ele se desfez em pedaços e se espalhou
Hoje a noite faz muito frio

Tico-tico

Alavancado de: No cais da pista

31 julho 2014

A odisseia do rabo quente.

molhadinha
no cuzinho mole
coloquei três dedos

maravilha
quando engole
de manhã cedo

me toma de café
lhe chupo o dedão do pé

me lambe o saco
lhe mordo o sacro

que tesão é o cheiro do seu suvaco
depois de bagunçar os lençóis da minha cama

aqui se ama 
com a língua e com os dentes
na odisseia do rabo quente
Tico-tico




29 julho 2014

No cais da pista

Como está seu cabelo?
                                                    estou tentando aprender
                                                    o oposto da negação
                                                    tudo o que você já sabe

Como se vestiu hoje? 
                                                    saber as dicas e pistas
                                                    pra transformar de supetão
                                                    anseio em indício e vice-versa

Onde esteve às 10h15?
                                                   essa crença feminina
                                                   seus olhos me ensinarão
                                                   colher rosas em pés de cactos

Olhaste pra cima?
                                                   e é tão vã essa crise
                                                   que escolho a maldição
                                                   tua de ser assim una

Atravessaste a rua?
                                                   o corpo pronto pra tudo
                                                   uma prontidão pra paixão
                                                   promessas aos próximos segundos

Quis que fosse você.
                                                  consumar este saber
                                                  é assassinar interrogações
                                                  quando não durmo enxergo melhor
                                                  os olhos cansados não procuram respostas. 
                                   
C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de menina,

Batalhão do Beijo Grego em Cu Troiano

Seeentido!

O paladar...

Vooolver!

E pegar...

Eeem marcha!

À galope...

Fooormação!

Ir mais forte...

Deeestravar!

Os lábios...

Aaapontar!

Pra baixo...

Aaatirar!

Um beijo nu...

Deeescansar!

As pregas do cu...

Deeegustar!

O sabor de um rabo...

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu

28 julho 2014

7. Porn time oh oh baby, yes!

Escritos eróticos, para deixar os amigos eréteis 
E as amigas piscando.

Tipo liberal, sem muitas regras

...


Não descarrilha do trilho, seu tralha

Não descarrilha do trilho, seu tralha
Que cada umbigo amigo se valha

Na carne, na navalha, na virilha
Virá a velha que diz que da virilha vem pêlos.

E crocantes são, de fazer crispim na casa
em que mora a velha que curte penugem xaxim

Onde a memória se esconde
Onde a tristeza responde

Paralelepípedos paralelam perpendiculares.
E perguntam: Onde estão indo os pêlos, as velhas, umbigos e lares,
açúcar mascavo, mascaro cascalhos, e

Samba enredo desunidos da Germânia no embate do 7 x 1

Eu queria muitas coisas.
Queria que o Brasil ganhasse.
Que a cerveja se multiplicasse.
Que você, que nós tomássemos um passe
pois tudo passa, e eu quero paz.

Aleluia, Aleluiá, quero te dar,
quero te, quero te, quero te dar
A PAZ

E quero o que? quere terô?
fazer faro, forró bodó,
farrar rorrô!

Macumba da Porra
Alemão fodedor
Magic Toast
É campeão!


refrão:

Eu quero a paz!
Quero o brioco!
Magic, magic magic toast
No meu coração.

15 julho 2014

Sexo anal

Lovely bum my dear
Les plaisirs fous 
and dream on

Honey bum your rear
deixa eu fazer
let me be
twice champion


poema feito só com títulos pornôs 
alavancado de Segue sua nau

Segue sua nau

Dos barcos há: 

aqueles movidos a braço
a quem as tormentas engolem
e devolvem desmaiados, 
a quem se deve louvar primeiro
caso avistem terra,
que não sabem se o mar
é mãe, ou guerra.

aqueles de velas desfraldadas,
que não dependem de si
nem comandam a direção,
atracar e seguir
é papo de ocasião.

(corpos estranhos neste mar
só aqueles em miragem,
ao incauto serve de alarme
um atol de Lixo hospitalar.
Hospitaleiro amor de mar)

os grandes encouraçados,
seguros lentos e chatos
quase esquecem da maré
(mas o mar não os esquece).

os de motores submersos,
desespero das sardinhas
polinizam baías
com o polén da pressa
e o suor de gasolina.

os iates brancos,
que não aportam 
nos portos sujos
perdendo assim 
dos cheiros a metade
(a melhor metade)

os navios negreiros,
que furtam mil almas
pra deixá-las perdidas
noutro canto.

as pranchas de surfe,
que brincam nas franjas
rasas do próprio bairro,
fracas demais
pra se deixar levar.

os navios piratas,
a quem tememos e cantamos,
que não se demoram
pra poder levar a todos a dor da falta.

os naufragados,
que namoram a terra 
debaixo.

Toda terra é selvagem
depois da praia há mata
seus frutos e seus espinhos
a vontade de fugir
frente a primeira flecha aborígene.
Mas navegar é premissa
há que se dobrar cabos
e se perder de vista.

De resto,
só sei do jogo com as ondas.
A melancolia é traço
da laia do alone.
Só te acompanha um, Crusoé!
um que tem samba no pé
e chama Sexta-feira.


C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de menina,

11 julho 2014

Samba enredo, unidos pelo gozo! 2014


É isso ai! É isso ai!
Unidos pelo gozo entrando na sapucai
É isso ai! É isso ai!
Feliz é quem conhece a segunda perna do saci!

De que serve uma mamadeira
Que não da leite para mamar?
De que serve um grilinho
Que não sabe cantar?

De que serve uma boa roda
Se a gente não pode entrar?
De que servem duas bolas
Na mão de quem não sabe brincar?

É isso ai! É isso ai!
Unidos pelo gozo entrando na sapucai
É isso ai! É isso ai!
Feliz é quem conhece a segunda perna do saci!

Uma pereba, outra, o comichão..
Também faz parte da vivência a coçadinha.
Mas economiza a paciência
Camisola na pistola e na pistolinha camisinha.

Mas se a neca é boa, será que vale selar compromisso?
Se ela é brincalhona e faz bem seu serviço... logo...
Não há como negar: Melhor que isso só dois disso!
Melhor que isso só dois disso!

É isso ai! É isso ai!
Unidos pelo gozo entrando na sapucai
É isso ai! É isso ai!
Feliz é quem conhece a segunda perna do saci!

7 + 7 são 14, com mais 7 = 21
Tenho 7 namorados
Cada dia da semana eu transo com um.

Proteção e KY, sempre caem bem,
Ou uma reza e boa cuspida,
Pra quem não tem medo de neném.

E a maior dica, não se esqueçam,
Que nunca sai de moda pra quem quer ir além:
Um copo d Agua e um boquete, não se nega a ninguém!

É isso ai! É isso ai!
Unidos pelo gozo entrando na sapucai
É isso ai! É isso ai!
Feliz é quem conhece a segunda perna do saci!

Tico-Tico