30 agosto 2013

o condenado

O sorriso profundamente vasto,
encara escárnio à cara
                             cadafalso.
Frente o ferro que lhe vara o ombro,
ao assombro-exemplo da multidão,
mutilado, vazando,
                              ria cheio de si.  


Jurandir Dente d'ouro

alavancado de morro da forca

28 agosto 2013

morro da forca

no morro dos enforcados
o grito dos engasgados
enganados?
perpassa muros e construções de
ouro, bronze, pedra-sabão e pirita

é grito de horror,
lembranças de remota época.
é desejo de não ser esquecido
ou mesmo
passar batido por entre os turistas sedentos
de queijo
de boa cachaça

tanta ostentação
tudo monumental
com janelas coloridas
em paralelepípedas ruas estreitas
os casarões imponentes embriagam a vista
atraentes armazéns seduzem

enquanto que, pelo guia oficial, a história oficial
- porém não a verdadeira! – é contada aos viajantes.

e o medo dos enforcados, aos poucos,
concretiza-se

Tié


Alavancado de: Aqui a história é indireta

26 agosto 2013

Para entreter os olhos

De que servem
as pernas das moças e
moços
que os olhos obscenos
perseguem?

se até as crianças
com seus pêlos rasos
O brejo, os sapos
passam e amadurecem?

Atire seus olhos
ao movimento do tempo

Atire seus olhos à lua
Cega e branca



Jogo: Jogo da Mesa e Tesourão (Consiste em editar ao bel-prazer texto que esteja aí)