o ramo de cachos desfaz-se ao som locomotor
fio-a-fio
mergulham no chão quente
os pés descalços
as madeixas do seu DNA encobrem as frestas da cerâmica
a lâmina cerra a trama acariciada
revestido de seus pelos, cabelos e velos,
o chão:
tapete tecido de podas e pontas
carpindo o solo das suas memórias,
ele semeia as espirais do seu couro duro
homem encoberto por fios e fios a definhar na cabeça,
desfolha-se
desvela-se nos olhos sob o espelho
pelo espelho tento sustentar o olhar do menino que despe a cabeça
em minhas mãos estão o reflexo desnudo
os fiapos do homem esparramado
o encontro sorrateiro
eu, ele e o silêncio tosados
libertos
enfrestados.
M. ERATO
Alavancado de Samba e Lua Cheia
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