22 julho 2011

Passeio Noturno

Corriam atrás de umas carícias mimosas, dessas bem fresquinhas.
Vagueavam por entre uns couros colados na ancas de peles morenas das mais tenrinhas, bem ali, onde o vermelho reluz. Tem horas que fazem pensar que o couro moreno não se intimida de nada; nem uma arrepiadinha de contentação ou timidez do frio.
Saltando em poça de caçadas destratadas o relaxo do nego largado no gorfo e risadas, grintado um rouco bêbado vontade de tudo a descida lasciva da rua.
Calçadas coloridas. Calçadas geladas em plena garoa, e crianças descalças planejando a trombada no tio que negou a moeda.
Night’s pisca vermelha e rosa e azul e caribean e Maison e american e drinks e garotas e dar uma chegadinha grande, show erótico cerveja na faixa.
Mas a goela é incessante. Não se exita à nada; pleno êxtase noturno. Delírios de consumo da fauna cosmopolita. Cada gole como a porta do próximo, quase que uma vontade suprema de um desejo que quanto mais, mais. E mais.
Você vai engolir. Tudo que eu mandar. Meus gozos são seu ofício.
E correm soprando fumaça de cima e crianças e ancas, garoa e alegria de gozo instante, apenas de ser quem se é, bem ali, no meio de tudo.
E correm. Correm insatifeitos e correm no sentido prazer.
Correndo. Sempre.

                                                                                   Jurandir Dente d'ouro.
Alavancado de Cultivo.

Um comentário:

  1. "Você vai engolir. Tudo que eu mandar. Meus gozos são seu ofício."

    Coitadas dessas mulheres
    que pra você são
    depósito de gozo
    encosto de beleza

    Mulheres que
    depois de esgotadas
    tornam-se o esgoto
    de tuas fraquezas.



    Só pra participar aqui na minhoca do rubi.

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