31 janeiro 2013

Longínquo Homem



Uma flor vermelha entre várias
Essa uma, solitária
Reluz como a estrela cadente
Que rompe a superfície
Do horizonte e ali, naquele ponto
Colide com mais um vagabundo
Triste e impotente

O asfalto da rua, sua cor
Resplandece coberto de vômito
Do longínquo homem que
Estilhaça do seu organismo
Qualquer vestígio da ressaca
Do dia anterior

Já não vale mais nada
Se o passo deixou de ter
A marca trepidante dum
Galope de elefante
Forjando no solo o peso
De mil vidas enterradas
Mil mortes disponíveis

E os rapazes afobados pelas ruas
E as garotas escarradas nas calçadas
E os velhos e as velhas estancados das janelas
E as crianças jogando nos parques
Ninguém olha pra ele


                                                                                                                             Zé Daniel
Alavancado de Prece por imaginação

Nenhum comentário:

Postar um comentário