13 janeiro 2013

Prece por imaginação


Pequenina ela se esconde ligeira.
Crê em tudo um pouco, na força dos ventos, no rebento das águas, no silêncio imperioso do sol.
Ela imagina que haverá um mundo novo. Dentro em breve, ele cavaleiro andante de tantos sonhos virá. Virá e salpicará pimenta nessas injustiças e as fará arder. Ela sorri cruel imaginado a dor. Princesa de outros contos, ela se imagina adulta, inventando a vida que nunca existiu. Ela se imagina errante, guerreira ao lado cavaleiro. Se imagina líquido que refrescando a vida de tantos sedentos, se imagina corpos de uma nação em luta. Mas ela não cabe em si e seus pés não equilibram seus sonhos. Ela cai, sempre cai.

E você nessa rua longa, nessa avenida cheia, passa por ela e nada vê, não sabe de nada que existe dentro dessa menina. A mãe dela ao lado, mão estendida, moedas num pote.
Pequenina ela se esconde ligeira para sonhar. As cores do farol são teu arco-íris. Ninguém sabe que que no fim do arco-íris que ela imagina dentro de si, não há pote de ouro, há sim um pote de coragem e é nele todo dia que essa princesa de outros contos, brinca de inventar seus mundos. A coragem e sua imaginação são como uma coisa só. Uma impede a outra de apodrecer junto aos lixos e tristezas da cidade. Por fim, ela ainda acha que pode voar, pois ela crê em tudo um pouco.

E da fé que nasce do desencontro entre o desejo e a realidade, ela vai se fazendo menina, se inventando mulher, vai desenhando as preces para um novo mundo. Pena que, por vezes, o corpo tomba, não se sabe se pelo excesso de sonhos ou pela  pouca sobrevivência da carne e a vida então, torna-se um único delírio.

Aquela

alavancado de Prece só.

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