11 junho 2014

Embolada Namberuam

Todo povo aqui passando
há de ouvir nosso chiado
o batuque do pandeiro
nossa voz em decibéis.

E assim nós que é malandro
vai ganhando uns trocado
que no mundo o dinheiro
é só causa de stress.

Na calçada há entulho
que é gente que passa apuro
que corre atrás de seguro
desemprego, invalidez.

Que essa merda de trabalho
é carga em lombo de burro
já que é pra viver duro
não trabalhe de uma vez.

Justifica-se na vida
a preguiça acumulada
que a alma nasce cansada
bem depois de nove mês.

Nós que é fruto de trepada
beliscão e de lambida
acha chata a repetida
rotina de horário inglês.

Bom é mesmo coçar o saco
espreguiçar e soltar peido
ver se tem cheiro de queijo
se é do gosto do freguês.

Levar vida de macaco
chupando limão azedo
nas macaca dando uns beijo
dormindo da uma às três.

Em suma, do operário
não quero mais que o salário
e muito pelo contrário
também tô desses burguês.

Pois não dá pra ser otário
nem pilantra usurário
essa raça do caralho
que explora eu e vocês.

Procurando uma saída
a gente reconstrói a vida
a gente acha alternativa
ou desencana de uma vez.

Põe o dedo na ferida
manda beijo às inimiga
mata e enterra as lombriga

vai de encontro à lucidez.

C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de A serpente do Seu Albano

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