Sem rodeios, dizer o que sente, vamos lá...
que pareceu um desafio,
e agora me peço e me impeço,
pra continuar no bom ar, na boa onda,
com a espinha no lugar. Só isso.
Que se sente? Claramente.
Il mistérieux, deixa pra lá.
E nem precisa ser os bofes todos,
não precisa ser essa imagem,
embora pareça a única que sempre cabe,
planície seca,
como se tudo adentro um árido,
e as tempestades de pó em vórtice subindo pois se
abriu a tampa...
tão mais difícil de outro jeito,
confiar que existe,
e quando se faz é sempre em erro,
e sempre belo.
E a treta toda é encaixar esse alicerce de erro
num esqueleto que tem que continuar caminhando...
e a graça toda é o tropeço desse moço...
avacalhar!
Que meu, na moral,
existem meia dúzia de encaixes
entre palavras e momentos
de desmorecer desmanchando,
felizão mesmo,
tipo nadando na imagem de uma vontade...
e agradecer por uma gratuidade...
Se há algo de podre no reino,
há o bocado suculento e maduro,
e este último há de ser a vitória ante esta doença
terminal,
já que se germina da morte,
muralhas reluzem, as batalhas se despem em folhas,
as portas abertas a cavalos de tróias, tristezas e
sementes na terra.
E no fim é só um quero sim, quero quase por favor.
Canal aberto, o mar revôlto espreita iminente.
Porém os pés gozam na areia úmida,
os olhos sorriem atentos
vagando perdidos
pela profunda valeta central.
(Salve o cajado do libertador mascarado!
Pierrot palestino e seu mar vermelho em guarda.
Tão branco o amor do profeta.
Tão louca sua coragem idiota.
Tão lindo seu truque,
que deve valer um troco
e um beijo).
II
E perguntaram o porquê de não querer dormir e respondi sobre
não ser dormir senão deitar em si e esperar o sono e perguntaram novamente o medo
de quê nesse deixar o dia ir e respondi
não respondi não e não sei mesmo mesmo
sabendo que na valsa da ânsia não dança a paciência e tantos nãos numa frase não querem ser afirmação.
E pretendi todo tempo ao prosseguir acordado que viesse o sono assim desperto e
nunca foi senão pretender esperar sem que a espera soubesse que esperava
alguém. E sempre quis mais viva a vida e nunca o excesso chapado de um silêncio
a multidão de cores nunca o branco nunca quis a vontade e é por isso que ela me
afoga e acho que nunca vou entender tua ausência nunca entender o nu nca e dormir
exausto para não descansar e mesmo conhecendo o erro com todo o corpo vou amar
este erro para ao fim estar certo em alguma coisa.
C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de Samba e lua cheia
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