Mãos escuras
Que escondem o rosto
Pálido e choroso
Marcado pelos dias de labuta
Mãos grossas e enrugadas
Que se desprendem
Da própria vontade
Do próprio corpo
Usurpando-se para outrem
Mãos nuas e cansadas
Que tateiam a vida
Agarram o pão
E viram o copo
Afagam o corpo e as feridas
Mãos desgarradas
Que atiram pedras
Socam e resistem:
Um vácuo em meio à guerra
Entre o corpo e o resto
Mãos potentes
Que ditam seus espaços
Entre trabalho e lazer:
O lendário esforço
E o épico prazer
Mãos escuras
Que vêm e vão
Pelas cordilheiras da vida
Pelas veredas que se dispõem na jornada
Zé Daniel
Alavancado de Uma Pausa
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