no ar baço que respira.
Quem fisga o osso sacro
senão a praça-esquina?
Perder, não pode perder
a força da rua.
Força viral
via aérea
calada penetra
em tudo que acua.
E quando de repente
te pega levante
a força da rua?
Em parte
um vil simulacro
de um ego que atua.
Ver-se com todo viver
e todo fingir
que brota da rua.
Sorver, soprar
e cuspir,
charlatanear
uma suposta cura.
Unir, na ponta da solda
o vão que te molda
este rosto-fratura.
Ceder, um suspeito prazer
Ao entardecer
e à chegada da lua.
Te embala
com cores e vida
e valas comuns
essa força
que é tua.
o passo seguinte
do pé que no asfalto
desliza e flutua.
Perder
num gesto ausente
a vaga certeza
que a rua te acusa.
Fazer, rito-contradição
se sou eu é céu
se é chão
é rua.
- São cheiros de infâmia,
e vincos, e brechas de blusas!
Perder, ceder, prever
quem vai se atrever,
quem pode dizer,
o que é a força da rua?
Se toda palavra
é puta,
e vista de frente
toda frase
é nua.
- A rua entra pelo nariz,
a rua rente-lambuza...
Prender, não há que prender
em pálido cárcere,
o que é você e
a rua.
C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de Rua Direita, 188.
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