No pêlo do meu
urso
tem a baba que
escorri
durmo de boca
aberta.
Em sua orelha
contei
certo dia
segredos de minha
mãe.
E sua indiferença
me
deixou feliz
que o botão no
rosto
de pelúcia
escuta
e seus olhos
vidrados
piscam pra mim.
No pêlo do meu
urso
tem corrimento e
xixi
que brinquei de
noite
a pele espuma
quando não
pensei
não vi.
No verso do meu
urso
prego as mentiras
bobas que digo
sem querer
e o falso
testemunho
que bordo em
carícias
a meu urso fazem
dormir.
No sono do meu
urso
ficam os sonhos
dos quais
desisti.
Sua boca me
repete
noite perfume
me lembro
acanhada
da fábula que
omiti.
Que o urso em seu
silêncio
prorroga a
infância
e me rega o
jardim.
Seu peito nublado
de pêlos
o meu companheiro
de adorno cetim.
C.P.
F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de Prece só II
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