Onde cada letra brota
do descomedido
o final é se acabar em
cinzas
há tortura nos
sorrisos serenos
válvulas de chamas
hidráulicas
me chamem de algoz do
dia seguinte
herói assassino deste
instante estendido
debaixo dos pés
entre a gente e a vida
carícias de pontapés,
“a gente”, a
combustão do que sobressai da míngua
o instinto ferino da
miséria
aquele quando em que só
há o olhar intangível que queima,
a presença da morte em
cada ato,
uma morte plana, fossa
cova rasa.
Sob a disciplina do
fogo,
o mártir que não
morre por ninguém,
queima sem cessar,
visa à perenidade
impossível da carne,
sempre um naco se
inflama após outro,
e as tripas de chama
azulada vão durar até o fim.
Doutrina que não
compete,
a disciplina do fogo se
impõe por condição.
Onde não se pode mais,
ainda se arde
onde não há mais,
ainda se arde
aquilo que queima move
em queda, ilumina o
fundo do abismo.
C. P. F. - Caio Poeta Fariseu
Alavancado de Existe inocência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário