São
três santos
mutilados
às
portas do presépio.
Assistem
em silêncio
o nascimento de Jesus
em
uma a garrafa de cerveja
Cheia.
Vazia.
Cheia.
Vazia.
Cheia.
Vazia.
Selva
de colunas numeradas,
ponto
de fuga
para
os olhos ariscos e muito atentos.
Um
cavalo cruza o horizonte!
Não...não
é um cavalo...
Tem
luzes, não pode ser um cavalo.
Sentimos
um coice
que
nos derruba.
Calamos.
E tornamos a tragar.
Sim,
ainda temos cigarros.
Sacrificamos
Jesus ali mesmo
E
o vemos renascer
Maldito
e
Colossal
naquelas
paredes infinitas e azuis.
Algum
tipo de Muzak ininteligível
nos
alcança os ouvidos.
Como
um canto sagrado,
Celebrando
a
ressurreição
de
cristo.
Mas
o som cambaleia
e
cai ferido.
Morto!
Assassinado
pelos latidos
De
três bocas
com
seus discursos encavalados.
Palavras
jorram como sangue fresco.
Rápidas!
Mórbidas!
Quentes!
Cruas!
Tristes!
Doces!
Debochadas
palavras
úmidas,
frustradas!
E
então uma explosão!
De
algum tipo de riso
Longo.
De
alívio
(De
alívio?)
De
Gozo
É
verdade, falávamos sobre gozar...
Riso
sincero. Amargo, mas sincero, de verdade. Juro! Era riso mesmo. Uma gargalhada na verdade. Enlouquecida,
embriagada, juro que era riso.
Era
riso sim...
Era...
A gente... É... Como se diz?...
A
gente reprisa
Melhor,
invoca!
Antigas
canções tribais
registradas
em k7
enterradas
em nossos ossos.
Pra
dar sentido à coisa toda
em
nome do tom litúrgico.
Repetimos
os versos com sabedoria ancestral
Capítulo
4, versículo 3.
Confira
lá,
está
nas escrituras [e nas embalagens].
Praguejamos.
Criamos
templos
e
consagramos deuses pagãos,
[vingativos]
com
a cerveja da promoção.
Meditamos
sob o vento
Que
sopra muito a cima de nós.
[e
das ruínas industriais].
Solitário
é o vento do deserto
que
desce vez e outra
pra
dividir um cigarro
e
pra nos arremessar
contra
às lembranças.
Nesse
momento
podemos
ver que é ano novo
e
as estrelas-faróis–de-carro
se
distanciam cada vez mais.
E
somem
na
selva de colunas [vertebrais] numeradas.
Na
escuridão
uma
única luz sobre a palmeira
ilumina
nossas cabeças.
É
uma nova Jerusalém,
que
nos faz lembrar
de quem nos tornamos
(nunca
de quem nós somos)
E
comungamos ali,
Sentados
no meio fio.
PAI UBU
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